quinta-feira, 31 de março de 2011

O ideal e o real

O ideal e o real
Quando somos jovens, temos muitos ideais. Sonhamos com um futuro feliz, onde não haverá tristezas nem dores.
Muitos lutam para conseguir alcançar o sonho, porém diante das circunstâncias da vida, acabam se conformando e aceitam viver uma realidade que, mesmo não sendo a ideal, pelo menos traz-lhe algumas compensações.
Em se tratando de relacionamento entre casal, a coisa é mais complicada ainda, porque as pessoas não se revelam totalmente umas às outras antes do casamento. Entra-se numa relação, sonhando que aquele homem ou aquela mulher é o seu ideal, alguém que possui só qualidades; mas, à medida que o tempo vai passando, a pessoa percebe que a realidade não é bem aquela que ela sonhou. Aí, ou separa ou fica com aquele alguém que ela amou e que não correspondeu às suas espectativas de um ser ideal. Dessa relação pode surgir um relacionamento duradouro e feliz, se ambos se suportarem, isto é, cada um terá que aceitar as limitações e os defeitos do outro, ou a relação se acaba, como em muitos casos onde um ou outro acaba arrumando um novo parceiro, e investindo em um novo relacionamento, sempre em busca do seu ideal...
Quando se trata de pais e filhos, a situação fica mais difícil. Os pais sonham com o filho ou filha perfeitos, mas isso não existe. Cada um de nós nasce com personalidade própria. Se o filho tiver um caráter bom e se os pais souberem educá-lo, aquela criança tornar-se-á uma pessoa boa. Mas, se o caráter for mau, será muito difícil mudar. Por isso, às vezes, vemos, numa família de vários irmãos, um que sai diferente dos outros na questão de moral. Sobre essa pessoa, diz-se "é um mau caráter".
No trabalho, em grupos de igreja ou outros, às vezes nos deparamos com determinadas realidades em que temos de interagir, por força do cargo que exercemos, para corrigir comportamentos que não são ideais. O que fazer? O melhor seria trabalhar o problema, de forma a moldá-lo, com paciência e determinação; o nosso exemplo ou testemunho de vida é o que conta mais, a fim de se obter algum resultado.
Por essas e outras é que se torna difícil conseguir o ideal.

Adélia

quinta-feira, 17 de março de 2011

Deus precisa de nós

Deus precisa de nós

A freira olhou assustada para o pai, ao ouvir o pedido que este lhe fez: “Posso dar um passeio com a criança recém-nascida?”. “E para onde o senhor quer levá-la?”, indagou a irmã. “Até a capela”, respondeu o pai. “Quero apresentar minha filha a Deus, ele vai precisar dela no futuro”, concluiu. E assim o pai repetiu o gesto por três vezes, uma para cada filha que nasceu. No caso da terceira, a mesma irmã, que ainda tomava conta da maternidade, antecipou-se: “Já sei, pode ir. O senhor tem todo direito!”. O pai sorriu satisfeito.
Deus quer precisar de nós. O homem e a mulher são chamados a ser parceiros de Deus, não concorrentes. Essa parceria é firmada com base no amor, daí a palavra Aliança. Na maternidade, nascemos para a vida, tornamo-nos criaturas. Já na pia batismal, nascemos para a graça, a vida em Deus. Pelo Batismo, somos chamados a renovar constantemente esse amor. Apesar da nossa imperfeição, nossa limitação, somos, a cada dia, convidados a passar “da morte para a vida”. Com isso, vamos nos santificando. A verdadeira santidade passa pelo serviço. Somos chamados a servir sempre. Assim, tornamo-nos servidores da paz, ultrapassamos diferenças e barreiras, insistindo sempre no bem, no respeito e no diálogo.
Qual será o futuro dessa criança? É a pergunta que, em geral, as pessoas fazem ao contemplar um bebê recém-nascido. Como temos vivido nosso presente? Talvez aí esteja a resposta. Uma vida que começa nas mãos de Deus, feita para servir, certamente conhecerá a idade adulta e depois madura, mantendo sempre a esperança e o gosto pelo dom maior: viver bem cada instante, todos os dias! O pai das três meninas, com seu gesto simples e comovedor, estava certo. Em Deus, está a verdadeira fonte da vida!

Pe. João Luiz Malnalcich, scj - Meditações


terça-feira, 8 de março de 2011

Fazer a minha parte...?



Estamos no tempo da Quaresma. Este tempo nos convida a trilharmos o caminho da conversão proposto pelo Evangelho e pela Campanha da Fraternidade, que este ano nos convida a refletir o tema: “Fraternidade e a Vida no planeta” e sobre o lema: “A criação geme em dores de parto”.
 O texto a seguir  vem ao encontro da proposta da campanha, por isso decidi compartilhar com todos que se interessarem.

Você deve conhecer essa historinha do incêndio na floresta.
Numa bonita e densa floresta, habitada por muitos animais, iniciou-se, ninguém sabe o motivo, um grande incêndio. Os animais mais que rapidamente começaram a sair da floresta procurando um lugar seguro. No meio desse tumulto, um macaco viu um beija-flor indo e vindo, ora em direção contrária à floresta, ora em direção à floresta. Parou e perguntou ao pássaro o que ele estava fazendo e esse disse que estava levando água no seu bico para apagar o incêndio. O macaco disse para o beija-flor largar de ser bobo que ele nunca conseguiria apagar o incêndio com aquelas gotinhas que transportava no bico. O pequeno animal respondeu que sozinho realmente não, mas que se todos fizessem a sua parte como ele estava fazendo a dele, talvez conseguisse apagar aquele incêndio.
É verdade. Se todos nós fizéssemos a nossa parte para que esse mundo fosse mais fraterno, humano, justo, com certeza estaríamos vivendo num mundo diferente e mais gostoso. Isso é dever de todo ser humano. Mas, pensando como cristão, seguidor do Mestre Jesus, percebo que a atitude tem de ir além. Se somos discípulos e discípulas de Cristo, não devemos fazer só a nossa parte, mas muitas vezes fazer a parte de quem não está fazendo a sua. Jesus foi até as últimas conseqüências em favor do Reino e, por seu ato, trouxe-nos a salvação. Não tínhamos méritos para essa morte ou não fizemos a nossa parte. Jesus extrapolou, alargou a sua parte.
Responsabilidade social é mais do que fazer o óbvio, construir a paz é mais do que agir direitinho, optar pela vida consagrada é mais do que cumprir normas, ser cristão católico é mais do que seguir preceitos. O projeto de Jesus leva-nos a optar em favor de todos, gratuitamente, mesmo que ninguém ajude ou mesmo reconheça o que faço. Não é caminho fácil. Quem sabe, o primeiro passo seja buscar fazer a minha parte.

Pe. Reinaldo Braga, scj - Meditações